TUDDERS/MAASTRICHT - Três suspeitos da família L. querem abrir o jogo sobre os casos de assassínio de que são suspeitos. O pai Hub (58 anos) e o filho Michel (26 anos) vão falar sobre o assassínio de Mouhammed Al Jader, em agosto do ano passado, e o filho Maurice (21 anos) sobre o assassínio de Alan Gergeri, em 2009. No entanto, só o farão se houver uma reconstituição dos assassínios. Os seus advogados disseram-no ontem durante uma audiência no tribunal de Maastricht.
No entanto, o problema é que o local do crime, a sua casa em Tudderen, fica mesmo do outro lado da fronteira, na Alemanha. O procurador David vanKuppeveld mostrou-se entusiasmado com a reconstituição do assassínio, mas salientou imediatamente que a jurisdição da justiça pára nas fronteiras nacionais. "Se eu for lá com os suspeitos, isso pode causar problemas", disse. A alternativa é reconstruir o local do crime à escala real num barracão nos Países Baixos. A reconstrução do local do crime seria efectuada principalmente na sala de estar, no corredor e no piso superior da casa de Tudderen. Poderá também ser reconstruída parte de uma casa em Gellik (Bélgica). Nessa casa, propriedade do coarguido e amigo da família Ron van K., Al Jader e Gergeri foram alegadamente dissolvidos em ácido clorídrico. O tribunal não quis pronunciar-se ontem sobre o pedido da defesa e da acusação. A decisão será tomada amanhã. Se houver uma reconstituição, as declarações serão a primeira coisa que os suspeitos da família L. querem dizer à acusação sobre o caso. Ron van K., já prestou extensas declarações sobre o assassínio. É considerado uma testemunha-chave. Wouter Smeets, advogado de Van K., teme que os três membros da família L. designem coletivamente o seu cliente como autor do crime, após uma espécie de deliberação familiar. "O meu cliente é o único suspeito que não pertence à família", declarou. Van Kuppeveld admitiu que está muito curioso sobre as declarações da família L..
"Vamos olhar para isso com desconfiança." Van K., tal como Hub, Michel e Maurice, esteve ontem presente na audiência provisória no tribunal. Mas os casos não foram ouvidos ao mesmo tempo. Isto porque ele não quis sentar-se na sala com os arguidos da família L.. "Não se sente confortável com isso, depois das declarações que fez sobre a família. Mas não houve ameaças e ele também não se está a colocar no papel de vítima", afirmou Smeets. A suspeita e mãe Els L. (58) não esteve presente na audiência. A filha do suspeito, Rachelle L. (20), continua sem deixar rasto.