Os seis suspeitos de terrorismo detidos num parque de férias em Weert, em setembro de 2018, podem ser condenados a 17 anos de prisão. A pena mais elevada, de dezassete anos, é para o principal suspeito, Hardi N. (36). O tribunal considera-o o líder da organização terrorista que estava a preparar um ataque sangrento nos Países Baixos em 2018, que incluía o Orgulho Gay como um alvo potencial.
Terroristas com lavagem cerebral
O tribunal de Roterdão proferirá o seu veredito no processo penal contra a célula terrorista de Arnhem, na tarde de quinta-feira, na sala de audiências de segurança máxima. O Ministério Público pediu penas de prisão de oito a vinte anos para os membros da célula. Foi pedida uma pena de dezoito anos de prisão para N.. Ele próprio afirma ter sido "provocado e submetido a uma lavagem cerebral" por agentes infiltrados da AIVD. Sem a operação de infiltração, os arguidos nunca teriam ido tão longe, segundo a defesa.
Ação encoberta
N. e os seus co-arguidos foram detidos em setembro de 2018 num parque de férias em Weert, onde vestiram coletes de bombas e praticaram com Kalashnikovs desactivadas na presença de infiltrados da polícia. N., nascido no Iraque, foi condenado pelo Tribunal de Haia, em 2017, a 24 meses de prisão, dos quais 21 meses em regime de liberdade condicional, por ter tentado viajar para a zona de combate onde o Estado Islâmico estava ativo.
Viagens para fora
Curiosamente, Wail el A. (23 anos), que vive em Roterdão, foi condenado a 13 anos de prisão. A acusação tinha exigido uma pena de 20 anos de prisão, a pena mais elevada, porque também é suspeito de tentativa de homicídio. Apontou uma arma à polícia durante a detenção do grupo. Em tribunal, declarou que tinha planos para viajar para o Estado Islâmico e que procurava "pessoas em quem pudesse confiar".Nabil B. (23 anos) foi condenado a 13 anos de prisão, igual à exigência da acusação. A justiça encontrou no seu computador portátil uma carta de despedida sobre o paraíso que alcançaria como mártir com os seus amigos.
Chave para o paraíso
Morat M. (23 anos), que vivia em Vlaardingen, também foi condenado a 13 anos. As imagens apresentadas durante o julgamento mostram, entre outras coisas, M. a beijar uma kalashnikov e a encostar a arma à bochecha. Acrescenta que sonhava com isso e que chamava à arma a chave do paraíso. M. também pregava sobre a morte iminente.